quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Divulgação


Nossa história foi mencionada e divulgada no Blog de Patrícia Witt, "Surdez - Silêncio em voo de borboleta"


Patrícia Rodrigues Witt é palestrante, relata sobre sua trajetória do silêncio desde que nasceu com a surdez neurosensiorial profunda nos dois ouvidos,  é oralizada (fala),  se comunica através da leitura labial e também tem conhecimento da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), fez Implante Coclear em agosto de 2017. É Escritora, Palestrante, Graduada em Terapia Ocupacional e Pós graduada em Marketing Digital.




Patrícia, só tenho que agradecer muito por todo seu apoio e divulgação tanto do meu trabalho como Psicóloga que usa Libras no atendimento aos surdos como também pela divulgação de meu Blog Meus Filhos Surdos e meu trabalho como palestrante!

Que sua trajetória com as palestras e com o Blog continuem crescendo e aumentem seu sucesso, disseminando sua experiência e conhecimento de como estimular e se relacionar com crianças com surdez.

Um abraço,
Cynthia Albuquerque




Segue o link com a divulgação:
 http://surdezsilencioemvoodeborboleta.com/psicologa-para-surdos-em-recife/


Segue a publicação:

 ""    Olá galera! Temos uma novidade por aqui! Para quem tem algum familiar surdo, se você mesmo possui alguma perda auditiva ou com surdez total, que esteja passando por momentos difíceis, que precisam de uma orientação de como lidar com essa sociedade que não está preparada a entender o universo do silêncio, como também as desavenças familiares e a falta de comunicação, que podem provocar auto-estima baixa, depressão e outros distúrbios emocionais. 
     
     A Psicóloga Cynthia Albuquerque que atende em seu consultório em Recife, ouvinte e mãe de dois surdos, sabe se comunicar através da LIBRAS, e fluentemente! Não é maravilhoso? Então, dê uma espiadinha em sua breve história abaixo:



     “Bem, me formei em psicologia antes mesmo de ser mãe. Meu primeiro filho nasceu em 1987 e naquela época não havia o costume de se fazer o teste da orelhinha, por isto não foi logo detectada a surdez dele. Ele tem surdez neuro sensorial bilateral profunda que descobri quando ele tinha 6 meses. Fez reabilitação com fonoaudiólogo especialista em oralização até os 15 anos e sempre o estimulei bastante preocupada com a comunicação dele com o mundo e só começou a aprender Libras aos 16 anos, com amigos.


     “Meu segundo filho nasceu em 1990 e também não se fazia o teste. Ele nasceu ouvinte e aos 4 anos comecei a perceber uma perda de audição que foi crescendo até se estabilizar em uma surdez neuro sensorial bilateral severa. Também fez reabilitação para não perder a qualidade da fala já adquirida. Aprendeu Libras junto com o irmão e amigos e em maio deste ano (2017) fez o Implante Coclear do ouvido esquerdo.”


     Hoje estão com 30 e 27 anos, são oralizados e fluentes em Libras, adultos totalmente independentes, trabalhando desde os 18 anos em busca de suas conquistas. O mais velho é concursado e concluiu seu mestrado este ano. O mais novo trabalha com vendas e viaja bastante. Ambos casados, realizados e muito felizes.


     Nesta jornada considero fundamentais o amor, o respeito e a compreensão pelas dificuldades e, principalmente, a paciência pois os resultados são mais lentos do que desejamos, porém se existirem estes sentimentos, certamente estes resultados serão mais sólidos.


     Por fim, hoje atendo em meu consultório também os surdos usuários da Libras, Língua que aprendi com meus filhos.


     Atualmente estou dando palestras contando minhas experiências nesta jornada, esclarecendo dúvidas às famílias que estão descobrindo a surdez de seus filhos e mostrando as atuais opções de reabilitação e as possíveis consequências destas escolhas.”

     Cynthia, muito obrigada pela sua história, e com certeza que irá ajudar muitos surdos, todos nós precisamos de alguém nos mostrem de como firmar uma ponte sólida na relação com o mundo, pessoas e principalmente com as nossas emoções!

Segue o blog dela em: https://filhossurdos.blogspot.com.br/

Um abraço!!
Patrícia Witt   ""







domingo, 10 de setembro de 2017

Cirurgia em São Paulo

      Foram 6 meses desde nossa saída de São Paulo, 6 meses de calmaria, sem aquela angústia sufocante agarrando em nossos pescoços, sem as dúvidas cruéis martelando em nossas cabeças, somente curtindo o crescimento do nosso lindo bebê. O acompanhamento com o pediatra sempre em dia e o desenvolvimento dele sempre considerado excelente, com exceção da fala, mas isso nós já sabíamos o motivo: o líquido dentro dos tímpanos e isto seria resolvido agora nesta cirurgia.

  Chegamos ao consultório onde recebemos da secretária do médico, todas as informações sobre o procedimento para a internação de nosso filho. Levamos o primeiro grande susto: a cirurgia seria realizada no dia seguinte e no maior hospital de São Paulo, Hospital Albert Einstein!!!!!!
Nosso plano não cobria a cirurgia neste hospital e o médico só operava lá!!! O que fazer? Não pensamos duas vezes: era da cirurgia que ele precisava então seria feita, ponto. Não poderíamos voltar atrás, de jeito nenhum.

      Nosso filhão estava em jejum desde às 10 horas da noite anterior e a cirurgia marcada para às 10 da manhã. Aguardamos o médico no quarto, mas...........ninguém, ninguém da equipe médica apareceu nem mesmo o anestesista, este apenas passou no posto de enfermagem para prescrever uma medicação!! 

      Na hora marcada a enfermeira avisou que o médico chegara e que era hora de levar nosso bebê para o centro cirúrgico. Nós o acompanhamos até a porta e lá o anestesista pegou nosso filho no colo e disse que poderíamos aguardar na ante sala que no final da cirurgia o médico falaria conosco.

      Como foi difícil entregar nosso bem mais precioso nas mãos de alguém que não conhecíamos, que sequer havia se apresentado antes. 

      E a espera mais longa das nossas vidas iniciava-se agora. O relógio não avançava, os minutos não passavam, o tempo havia congelado e nos deixava sufocados. Muitas emoções se misturavam, ansiedade, expectativa, fé, esperança, dor, dúvidas, incertezas e um desejo imensurável de que esta cirurgia pudesse reverter completamente o quadro da audição dele.

      Sinceramente não sei dizer quanto tempo passamos andando na frente daquela porta que dava acesso ao bloco cirúrgico. Os enfermeiros que passavam por lá se solidarizavam conosco mas não conseguiram amenizar nossa aflição. Não tínhamos ninguém da família por perto, éramos só nós dois, os pais. Puxa, como faziam falta os colos, os ombros, as palavras de apoio, enfim, o carinho da família perto de nós.

      De repente ouço o som do choro dele, um choro agoniado e falei para meu marido que sabia que era ele. Não resisti e, mesmo sabendo que não deveria, abri a porta do bloco cirúrgico e encontrei meu filho no braço de um enfermeiro, acordando de uma anestesia e chorando muito. Ele estava aguardando o elevador chegar.

      Graças a Deus, eu estava vendo meu filho e ele estava bem!!!!!

      Não pensei duas vezes e arranquei meu filho dos braços daquele homem que dizia estar levando-o para o quarto. Como??? Haviam nos dito para aguardar naquela sala, que o médico viria falar conosco, que avisariam quando acabasse a cirurgia!!! Nem médico, nem anestesista, nem informações, nada, apenas um enfermeiro que não sabia de nada e estava levando nosso bebê para um quarto vazio! E se não fosse para o quarto?? Sabemos de tantas coisas por aí!    Que raiva!!!!!!

      Ainda acreditávamos que o médico estava se arrumando para ir até o quarto, portanto seguimos direto para lá. Nosso filho continuava chorando muito e fui perguntar à enfermeira se podia alimentá-lo e ela disse que não pois não havia nenhuma informação na papeleta. E o médico??? Onde estava?? 

      Eu tinha certeza que o choro dele era de fome e então, por conta própria, resolvi dar a mamadeira. O instinto estava certo: era muita fome mesmo, tanta, que ele aceitou a segunda mamadeira e a bebeu todinha. E o médico??? Onde estava??

      Depois de mais de 2 horas e meia de espera e de procurarmos o posto de enfermagem várias vezes, fomos finalmente informados do paradeiro do médico: havia ido embora!!!!! Como?? Foi embora?? Não foi nos ver antes nem depois da cirurgia???? E as informações pós-cirúrgicas?? E a alta, quando seria? Quais os cuidados....... Sentimos o abandono, a falta de respeito, a falta de profissionalismo, e a falta de humanidade daquele médico que, para ser considerado o papa, ainda precisava muito aprender sobre respeito e amor ao próximo.

      Por volta das 15:00h soubemos que ele havia deixado a alta já prescrita para aquele horário. O que demonstrava, mais uma vez, a insignificância que representávamos para ele.  

      Telefonamos para o consultório do médico  algumas vezes pois precisávamos de informações e, como resposta, ouvimos sempre: "ele não pode atender porque está em consulta"!  

      Pois bem, iríamos até lá! 



domingo, 3 de setembro de 2017

De volta para casa

             Ah, São Paulo........ Chegamos terrivelmente angustiados mas saímos com um maravilhoso sentimento de alegria e paz de espírito, agradecendo a Deus por nos conceder a graça de um diagnóstico favorável. 

          Isso representava principalmente um imenso alívio em relação ao futuro dele!! Ele ouviria, entenderia, falaria, se comunicaria, enfim, seria igual a todas as crianças!! Não haveria mais dor dilacerante em nós, não haveria mais preocupação por isso, não haveria mais angústia por não saber o que fazer, portanto agora era a hora de voltarmos a uma vida normal, sem sofrimento.
          
              Chegara o momento de explodirmos nossa felicidade como fogos de artifício pois finalmente estávamos chegando em casa e encontraríamos com todos da família que ficaram na expectativa pela viagem e exames de Diego. E assim foi....... Neste momento percebi algo que a matemática não poderia explicar: ao dividirmos nossa felicidade, na verdade a estávamos multiplicando!!!! Éramos puro êxtase!

             Enfim, nossa vida estava voltando aos trilhos e não ficamos mais fazendo testes com a audição dele pois agora sabíamos do líquido no tímpano. Mesmo assim sempre falávamos muito com ele, conversando normalmente, estimulando-o bastante e sempre cuidando para que ele entendesse o que era ensinado.

          O nosso menino crescia forte, grande, esperto e muito saudável. Lindo, chamava atenção por onde passava, sorridente e simpático, não dava trabalho nem era manhoso, sempre tranquilo e muito vivaz, cheio de energia, adorava novidades! Enfim crescendo dentro dos "conformes" e até nos fazendo esquecer, por um tempo, que teríamos que voltar a São Paulo.